sábado, 12 de abril de 2008




Havia um muro alto entre nossas casas.

Difícil de mandar recado para ela.

Não havia e-mail.

O pai era uma onça.

A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão

E pinchava a pedra no quintal da casa dela.

Se a namorada respondesse pela mesma pedra

Era uma glória!

Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira

E então era agonia.

No tempo do onça era assim.



Mesmo que a Feira do Livro de Joinville seja uma porcaria, ouvir um poeminha desse às 9 da manhã de sábado, quando você ainda está sonolenta após uma sofrida noite mal dormida vale todas as tentativas toscas da cidade de construir um lado cultural.

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